28 de setembro de 2009

A moral da informação


O livro Ética, Jornalismo e Liberdade retrata a importância da informação, bem como a responsabilidade do jornalismo em noticiar os fatos reais, de maneira ética e equilibrada.

O autor, Francisco José Karam, em uma pequena cronologia da existência social, mostra a importância da informação, que alimenta o conhecimento humano. Enfatiza a responsabilidade desta profissão, porém, destaca a ética que deve ser exercida durante a produção e reprodução de tais fatos.

A partir do breve trecho “...é possível dizer que a linguagem oral e sua representação escrita são conquistas da humanidade desde que ela se afasta da pura animalidade e caminha em direção a sua construção...”, o autor revela que existem vertentes diferentes entre o que se escreve, o que se lê, o que se entende e aquilo que, moralmente, faz parte do costume individual tanto do leitor, quanto do jornalista. E, a partir deste conceito, a ética individual e consciência social de cada profissional deve se prevalecer acima de qualquer âmbito.

Em épocas de excesso de informações, principalmente pela facilidade midiática virtual, Karam defende o jornalismo e questiona o futuro da profissão, que amanhã pode ser confundida com comércio de idéias e não mais vista como uma ferramenta para o bem comum.

22 de setembro de 2009

Os cegos na leitura e guerreiros da realidade

O Brasil não é o país que aparece nos rankings de grandes leitores, mas a preocupação aqui não é competir com títulos e mértios em relação as estatísticas mundiais.

A análise superficial e preconceituosa sobre os leitores brasileiros deve ir além de números publicados por estudiosos europeus, que ao invés de examinar os "por quês" da não leitura do país tropical, intitulam parte da nossa população "como analfabetos funcionais".

Em 2006, a revista britânica The Economist publicou o baixo índice de leitura dos brasileiros, afirmando que muitos nem sabe ler. O muito, para uma populãção de mais de 190 mil, pode ser visto pejorativamente como todos. E sem uma leitura mais aprofundada da nossa sociedade qualoquer leitor, em qualquer lugar do mundo, pode acreditar que somos uma nação analfabeta por opção.

No mesmo ano o Instituto Pró-livro, com uma análise reflexiva sobre a falta de leitura do país, mostrou com exatidão o número de leitores e a deficiência para obter conhecimento através de páginas de livros. Dos entrevistados, a maioria adultos (42%) acreditam que o livro é a grande fonte de conhecimento, na visão das crianças (8%) o livro é uma atividade prazerosa. Porém, tais dados revelaram que 77% da população preferm assistir TV, contra os 35% que prefere optar pela leitura em seus tempos livres. A classe social, idades e região também determinam o número de leitores e os títulos dos livros.

Esta nação é educada pela TV. Perpetuamos tais ações há décadas. Não fomos criados para dar valor à leitura, principalmente por ser uma opção cara. Impossível um pai de família, que ganha um misero salário mínimo, dispor de 10% para leitura ou cultura. Assim como seria impossível exigir de uma nação, que não foi (e nem é) estimulada à leitura, chegar ao número "1" de um ranking imaginário e utópico para um país que precisa mais do que um título.

É válido lembrar que o Brasil é um país razoavelmente novo, com 509 anos de descoberta e há 180 anos tentando se livrar da colonização européia, que muito tirou e pouco ensinou.

O brasileiro é cego culturalmente por falta de verba e calado por não ter sido estimulado a dar prioridade à leitura, ele precisa comer e se vestir antes disso. Ao invés de uma biblioteca de primeiro mundo é preciso preencher as lacunas vazias da cidadania, com ensino de qualidade, um bom e digno serviço de saúde pública, segurança, tempo e paz para que possam exercer uma leitura primorosa.

Garantia de diversão na capital paulistana

Não é fácil ser empresário da noite na maior metrópole do país. São Paulo não para nem durante a madrugada, assim como os frequentadores de bares e casas noturnas e os fiscais que controlam suas atividades.

A rotina de fiscalizações "não são lendas", garante Hélio de Oliveira, assistente financeiro de uma rede de bares na Vila Madalena, que diz que elas acontecem com muita freqüência. "A casa tem uma boa fama e isso pesa para o lado bom e o lado ruim”, assegura.

Oliveira comenta que após a Lei da 1 hora o faturamento da casa também caiu, já que anos atrás atendiam até as 5 da manhã. Além do prejuízo financeiro, existe o inconveniente de avisarem os clientes sobre o encerramento dos serviços no horário imposto por lei.

Já José Joverlando Martins, gerente de outra casa noturna situada na Vila Olímpia, diz não se preocupar mais com isso, pois estão rigorosamente dentro das normas exigidas. “Mas a cada mudança de regra a casa precisa gastar muito dinheiro para se adequar à nova exigência”, comenta. Martins cita como exemplo a lei antifumo. “Precisei importar três máquinas para soltar vapor na pista, as antigas soltavam uma fumaça que muitos confundiam com a de cigarro. Cada máquina custou U$ 3 mil e a casa ainda precisa importar mais duas”, informa o gerente.

As fiscalizações são divididas entre órgãos municipais, estaduais e federais, que permitem o bom funcionamento dos estabelecimentos comerciais. A Prefeitura é responsável pela Licença de Funcionamento (que certifica sua atividade), documento deve ser renovado anualmente e estar no local caso haja inspeção do órgão competente. Na capital, a sub-prefeitura de Pinheiros fiscaliza a maior concentração de bares e casas noturnas da cidade. O assessor de imprensa, Ricardo Vendramel, afirmou que até o mês de agosto interditaram 34 bares que não estavam com a documentação em ordem. Segundo Vendramel, o estabelecimento multado tem o prazo de cinco dias para regularizar sua situação. Caso exceda o prazo, será multado novamente e indiciado ao processo de ação fiscal que pode levar ao seu fechamento.

Para a Secretaria de Saúde do Estado fica a responsabilidade da nova lei antifumo, que proibe o consumo de tabacos em ambientes fechados e, em parceria com a Vigilância Sanitária, fiscaliza a manipulação dos alimentos fornecidos pelos estabelecimentos comerciais.

Por último, e um dos mais importantes, o Programa de Silêncio Urbano (PSIU) é responsável pelas fiscalizações da Lei da 1 hora e da Lei do Ruído. A primeira permite que bares abertos funcionem até a primeira hora da madrugada, garantindo o sossego dos moradores ao redor do estabelecimento. Quem descumprir a lei poderá pagar uma multa de aproximadamente R$ 26 mil e o estabelecimento pode ser fechado na segunda vistoria do órgão. Casas noturnas só recebem licença para funcionar após esse horário se apresentarem isolamento acústico, estacionamento e seguranças no local..

Entre tantas vistorias e fiscalizações quem sai ganhando é o cliente, que pensa apenas na sua própria diversão. Danilo Fóes, frequentador de um conhecido bar na Av. Paulista, garante que nunca se preocupou com a legislação que determina as normas de funcionamento para as casas noturnas, mas diz que concorda com todas.


http://www.fiam.br/momento/?pg=leitura&id=2018&cat=1